sábado, 31 de julho de 2010

Como ser bonita - Audrey Hepburn

Esse texto foi escrito pela minha atriz favorita, quando perguntada sobre os seus segredos de beleza.

1.Para ter lábios atraentes, diga palavras doces.

2.Para ter olhos belos, procure ver o lado bom das pessoas.

3.Para ter um corpo esguio, divida sua comida com os famintos.

4.Para ter cabelos bonitos, deixe uma criança passar seus dedos por eles pelo menos uma vez por dia.

5.Para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinho.

6.Pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas, jamais jogue alguém fora.

7.Lembre-se que, se alguma vez precisar de uma mão amiga, você a encontrará no final do seu braço. Ao ficarmos mais velhos, descobrimos porque temos duas mãos, uma para ajudar a nós mesmos, a outra para ajudar o próximo.

8.A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela veste, nem no corpo que ela carrega, ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para seu coração, o lugar onde o amor reside.

9.A beleza de uma mulher não está na expressão facial, mas a verdadeira beleza de uma mulher está refletida em sua alma. Está no carinho que ela amorosamente dá, na paixão que ela demonstra.

10.A beleza de uma mulher cresce com o passar dos anos.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mudez

Pronto, não falei! 
Não é um problema apenas com o que eu ia dizer e sim com o que eu ia escutar. Minha sábia mãe já dizia: "Quem fala o que quer, ouve o que não quer". E, ao contrário do que se pensa, as informações escutadas não são processadas pelo cérebro, são processadas pelas entranhas. E, nesse caso, prefiro preservá-las (as minhas e as dos outros) para situações melhores e mais justas. Discordo que a minha mudez seja o reflexo de uma postura intolerante. Nesse momento, não passa de um reposicionamento ético de não tentar justificar o injustificável.


sábado, 17 de julho de 2010

Fagulhas (Ana Cristina César)

Abri curiosa
o céu.
Assim, afastando de leve as cortinas.
Eu queria rir, chorar,
ou pelo menos sorrir
com a mesma leveza com que
os ares me beijavam.
Eu queria entrar,
coração ante coração,
inteiriça,
ou pelo menos mover-me um pouco,
com aquela parcimônia que caracterizava
as agitações me chamando.
Eu queria até mesmo
saber ver,
e num movimento redondo
como as ondas
que me circundavam, invisíveis,
abraçar com as retinas
cada pedacinho de matéria viva.
Eu queria
(só)
perceber o invislumbrável
no levíssimo que sobrevoava.
Eu queria
apanhar uma braçada
do infinito em luz que a mim se misturava.
Eu queria
captar o impercebido
nos momentos mínimos do espaço
nu e cheio.
Eu queria
ao menos manter descerradas as cortinas
na impossibilidade de tangê-las.
Eu não sabia
que virar pelo avesso
era uma experiência mortal.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Espelho, espelho meu...

... Existe alguém mais vaidoso do que eu?
O que você enxerga quando olha no espelho? Digo, o que você realmente enxerga? Sempre fazemos uma leitura parcial da nossa imagem, do nosso Eu, e tendemos a acentuar o que nos convém ou a destacar alguns defeitos com os quais não conseguimos lidar. O fato é que tanto um pólo quanto outro não passam mais do que comportamentos alimentados por nossa vaidade.
Esse raciocínio talvez fique mais nítido se pensarmos no engrandecimento de nossas qualidades, que às vezes ficam tão infladas que nem conseguimos ver nada além. Contudo, quando tratamos de defeitos, não deixa de ser um ato de vaidade acreditar que ninguém consegue ser pior do que nós em determinado assunto, ou seja, somos os melhores em fazer algo errado.
Ao avaliarmos os nossos comportamentos, tendemos a um desses pólos, pois fugimos da idéia de sermos “normais”, uma vez que atribuímos a essa palavra o significado de sermos “iguais” a todo mundo, o que em si é impossível, ou então conferimos a ela o significado de ser medíocre. Talvez pudéssemos fazer uma leitura mais realista ou mais sensata se percebêssemos que todos nós expressamos um conjunto de comportamentos mais ou menos compartilhados pelos demais, mesmo em nossas maiores alegrias e conquistas ou nos nossos piores infortúnios.
O fato é que queremos ser diferentes, especiais, ganhar destaque, seja a qualquer custo, seja com o velho jeitinho brasileiro, seja dramatizando um pouco as nossas próprias vidas. Lembro de uma frase que eu li há muitos anos e nunca me saiu da cabeça, embora o autor eu tenha definitivamente esquecido e o Google não tenha ajudado, ela dizia: “Para alcançar destaque seja o primeiro, o melhor ou o diferente”. E, pensando bem, vivemos nessa corrida em todos os âmbitos da nossa vida e provavelmente em todas as fases. Já quisemos ser o filho ou o neto mais querido; já quisemos ser o primeiro beijo de alguém ou a primeira transa. Afinal, é um prazer a parte quando alguém diz: “é a primeira vez que eu faço isso”. Pronto, você já sabe que ficará marcado para todo o sempre. E se não conseguimos ser os primeiros para alguém, queremos fazer tudo de forma inesquecível e lamentamos se o nosso companheiro tem um pouco mais de anos de vida e de vivências, porque assim nossa tarefa se torna mais difícil.
Da mesma forma, estendendo para outros contextos, já quisemos ou queremos ser o melhor na escola/faculdade/trabalho, alimentando muitas vezes um senso de competição doentio e nos justificando com a crença de que é uma necessidade do mercado e não uma necessidade nossa. Também certamente já tentamos inventar algo ou deixar uma obra que revolucionasse a humanidade, quando, na verdade, deixamos algumas músicas, uns rascunhos no papel, um livro ou alguns artigos talvez e ferimos os nossos egos, por não ter sido suficiente transformar “pequenas” realidades.
Nenhuma dessas situações ou estados de espírito estão totalmente certos ou errados, e é bom que fique claro que eu não estou fazendo apologia de comportamentos verdadeiramente medíocres ou incentivando um conformismo desmedido que nos impeça de ultrapassar os nossos limites. Além disso, é bom que em certa medida alimentemos o nosso ego, pois também precisamos de autoestima e autoconfiança. O problema está em fazer essa corrida louca a grande razão de nossas vidas ou nos considerarmos infelizes ou insatisfeitos por não termos conseguido ser “o primeiro, o melhor ou o diferente”. Preocupante é fazer isso a qualquer custo ou sem refletir sobre o que, de fato, motiva um dos nossos comportamentos. Enfim, espero que um dia, ao olharmos no espelho, possamos ver o humano que somos com um pouco mais de gentileza e bem menos crítica.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A elegância no comportamento

Não sou muito a favor de modismos, mas inegavelmente gosto do belo na vida.

"A ELEGÂNCIA NO COMPORTAMENTO
Martha Medeiros

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara : a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer...

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

É elegante o silêncio, diante de uma rejeição....

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza; atitudes gentis falam mais que mil imagens...

Abrir a porta para alguém? É muito elegante.

Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante.

Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...

Oferecer ajuda? Muito elegante.

Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesma a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe: não é frescura. "