“O amor é feito de beleza e paciência. Se deu
certo: beleza. Se não: paciência!”
Desde que eu ouvi essa frase, ela
tem ressoado na minha mente. Brincadeiras à parte, parece-me mesmo
que o amor se constitui sobre o que é belo, mas o que vai definir
mesmo a sua manutenção, ou não, é o quanto se é paciente em
aparar as arestas e em lapidar esse diamante.
Seria, então, o amor formado de
aspectos belos e profundos, mas também por uma beleza superficial,
volúvel, igualmente necessária para que o amor se instale em nossos
corações. Porque o amor não precisa necessariamente ser um
sentimento “sério”. Claro que é essencial uma beleza intensa e
profunda proveniente de todo o conjunto de valores e de certezas que
sentimos quando amamos alguém. Por outro lado, o amor precisa ter as
suas bobagens, as suas criancices, as suas loucuras e as suas
impulsividades, para que um velho amor tenha sempre o charme de um
novo. O amor precisa saber se reinventar e rir de si mesmo.
Depois que ele se instala em nossos
corações, para conseguir manter esse amor é necessário paciência
consigo, com o outro e com os rumos que a vida vai tomando ao longo
dos anos, principalmente porque são nesses (des) caminhos que surgem
as adversidades muitas vezes aparentemente inultrapassáveis. Se não
houver, durante esses períodos, uma crença na possibilidade de
resolução ou se o desejo de permanecer juntos em busca de uma
conciliação não puder ser maior do que todos os conflitos, tudo se
perde e de repente tudo que era tão belo vai perdendo a cor, o
sentido. E é assim que aquele grande sentimento vira mais algumas
fotos e meia dúzia de presentes que você vai guardar em uma caixa
de lembranças e só pretenderá abrir de novo na véspera do seu
casamento (com outro cara) ou para mostrar à sua filhinha os
romances que a mãe viveu.
Logo é muito bem vinda a graça da
frase, porque a celebração de uma união duradoura ou o fim de uma
relação com o cara que você achava que seria o homem da sua vida
são dois caminhos plenamente possíveis. O que nos resta, então, é
saber comemorar quando um Encontro acontece, e principalmente quando
ele consegue se reproduzir ao longo dos anos, e aprender a impor um
limite para a própria dor quando isso não ocorre. No mais, a gente
faz graça!