quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Olhos


De repente, parei ali...não sei se exatamente parei ou se fui atraída praquele lugar. Era exatamente a sensação de estar no olho do furacão, enquanto tudo em volta era um turbilhão de sensações. Teus olhos não são apenas espelhos da tua alma, são também portas, janelas, têm qualquer coisa desse poder de transportar para outros lugares. Se a beleza está nos olhos de quem vê, no teu caso, a beleza também está nos olhos de para quem se olha, pois é isto que encontro nessas navegações no fundo do teu olhar. 

Contemplar-te, definitivamente me enche os olhos de vida e de rotas possíveis nesses mares. E eu queria mesmo era ficar de olho em você interminavelmente, como a desenhar teu mapa com todos os teus detalhes. Nem me importa que, a olhos vistos, todos percebam que não reluto, que me deixo pertencer e ser guiada pela luz do teu olhar como os navios seguem os faróis nas noites escuras.

Olho por olho, dente por dente, toque por toque, meu desejo é devolver cada sensação que tu me causas. E me revelar por inteiro, desnudar a alma, sem ter medo do que possam ver os teus olhos de lince. Quero apenas, meu bem, que saibas que, se de olhos bem abertos, posso me comprazer com tudo que me fazes, sinto-me igualmente tranqüila em poder abandonar-me em ti até de olhos fechados.  Assim, quero manter-te sempre ao alcance dos olhos e poder dizer sem pestanejar que eu te amo.

Desejo que no porto onde se acostará o navio com nossos sonhos, possamos perceber, em um piscar de olhos, que a terra com o lar que sonhamos e as árvores frutíferas que semeamos ali se encontram.  Olhos nos olhos, se eu me perco ou se eu me acho nesse mar, eu não sei. Só sei que quero ficar ali, para sempre, como menina dos teus olhos, nem que seja no canto do olho.


 

 

 

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